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Fratura da clavícula

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A fratura da clavícula é uma das principais fraturas da população jovem e idosa, e muitas vezes o tratamento cirúrgico pode ser necessário

A clavícula é um dos ossos mais fraturados do corpo humano, representando de 2,5% a 4% das fraturas nos adultos e 35% das fraturas do ombro. Esse tipo de lesão acomete dois principais grupos da população: os jovens, devido aos traumas de alta energia (como acidente automobilístico) com impacto direto sobre a clavícula, e os idosos, principalmente as mulheres, devido à fragilidade óssea, sendo o principal mecanismo da lesão a queda sobre o ombro.

Qual a importância da clavícula no ombro?

A clavícula é um importante osso para o esqueleto apendicular superior, ou seja, para a inserção e movimentação dos braços. Esse osso é dividido em três partes:

  • Terço medial: mais próximo ao pescoço e à linha média do corpo;
  • Terço médio: região central do osso;
  • Terço lateral ou distal: mais próximo ao ombro.

O terço lateral da clavícula se articula com o acrômio, proeminência óssea da escápula, osso dorsal recoberto pelo músculo trapézio. Ou seja, a clavícula é o osso responsável pela largura dos ombros e pela articulação do corpo com os membros superiores.

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Por que a fratura da clavícula é tão comum?

A clavícula é um osso em forma de “S”, que tem inserções ligamentares e musculares em suas extremidades, mas não em seu terço médio. Com isso, há maior fragilidade nesta região. Além disso, qualquer queda ou trauma de alto impacto na região do ombro gera uma grande transferência de energia para esse osso, levando a uma fratura da clavícula.

Como saber se a clavícula está fraturada?

Antes de recorrer a qualquer exame de imagem para realizar o diagnóstico da fratura da clavícula é possível analisar as características da lesão e alguns aspectos clínicos que indicam que de fato houve fratura.

O paciente com esse tipo de lesão tem muita dor na região, além de inchaço, crepitação dos ossos ao movimento, equimoses (hematomas) e principalmente um desvio do ombro para baixo devido ao peso exercido pelo braço. Em alguns casos, é possível visualizar a clavícula fraturada por baixo da pele.

A partir dessas características pode-se seguir com exames de imagem para obter o diagnóstico definitivo da fratura da clavícula, sendo a radiografia (raio-x) suficiente para esse fim. Quando o trauma foi de alto impacto e há suspeita de fratura cominuída, uma tomografia computadorizada pode ser feita para melhor visualizar os fragmentos ósseos na região do terço medial.

Quais os tipos de fratura da clavícula?

Existem diversas formas de categorizar a fratura da clavícula, mas a mais usada pelos profissionais da ortopedia é a classificação de Craig, que divide as fraturas conforme o local da lesão:

  • Tipo I – terço médio;
  • Tipo II – terço lateral;
  • Tipo III – terço medial.

Essas duas últimas podem, ainda, ser subdivididas conforme o grau de deslocamento e estruturas acometidas. É importante saber, também, se a fratura foi transversa, cominutiva (osso fragmentado em diversas e pequenas partes) ou oblíqua.

Tratamento da fratura da clavícula

A escolha pelo tratamento da fratura da clavícula é feita a partir do tipo de fratura. Nos casos de lesão Tipo I sem desvio entre os ossos, a recomendação é de tratamento conservador, que consiste em imobilizar o membro com uma tipoia para o ombro por um período mínimo de 4 semanas, mas que pode se estender por até 8 semanas. Durante esse período é importante que as outras articulações, como mãos, punho e cotovelo, permaneçam em movimento ativo.

Já nas fraturas com desvio ósseo ou cominuição há indicação de proceder com o tratamento cirúrgico, que segundo estudos tem apresentado menor taxa de pseudoartrose, consolidação óssea em menos tempo e melhor resultado funcional. Além disso, o tratamento para a fratura da clavícula inclui a fisioterapia para que se tenha uma recuperação completa.

Cirurgia de fratura da clavícula

A cirurgia para tratar a fratura da clavícula consiste em unir os fragmentos ósseos para permitir uma consolidação adequada e uma recuperação completa. Para isso, diversas técnicas estão disponíveis, mas o método mais empregado atualmente envolve o uso de placas, parafusos, hastes e fios.

Quando a intervenção cirúrgica é indicada?

A intervenção cirúrgica para tratar a fratura da clavícula tem indicações relativas (a depender do paciente e do médico) e absolutas (mandatórias), sendo que as principais indicações absolutas são:

  • Desvio ≥ 2cm entre os fragmentos ósseos;
  • Encurtamento ≥ 2cm do comprimento da clavícula;
  • Fratura exposta;
  • Lesão vascular ou neurológica (motora ou sensitiva);
  • Dissociação da clavícula com a escápula;
  • Desnivelamento significativo do nível dos ombros.

Já as indicações relativas para tratar a fratura da clavícula com cirurgia incluem o nível de atividade do paciente, como atletas que precisam de uma recuperação rápida e perfeita, comorbidades, razão estética, trauma múltiplo, entre outras.

Quais os benefícios da cirurgia na fratura da clavícula?

Nos últimos anos surgiu um interesse maior em tratar cirurgicamente a fratura da clavícula com desvio, ainda que mínimo, por esse método ter apresentado resultados melhores que o tratamento conservador. Assim, os benefícios da cirurgia envolvem uma recuperação completa e sem consolidação viciosa. Isso se dá principalmente pelo desenvolvimento das técnicas cirúrgicas e pelo surgimento de materiais de melhor qualidade para a síntese.

Quais complicações podem ocorrer na cirurgia?

Além das complicações gerais associadas a qualquer cirurgia no ombro (como infecções e hemorragias), no caso do tratamento para a fratura da clavícula, pode-se ter:

  • Não-união dos fragmentos desviados em até 15% dos casos;
  • Restrição de amplitude de movimento;
  • Artrite acrômio-clavicular;
  • Deformidade estética;
  • Lesão neuro-vascular intra-operatória;
  • Consolidação viciosa;
  • Cicatriz hipertrófica.

É necessário retirar a placa após a cirurgia?

Após a cirurgia para tratamento da fratura da clavícula não é necessário retirar a placa, pois ela não traz qualquer sintoma ou alteração visual ao paciente. Apenas em casos de complicação é que a placa deve ser retirada, como infecção ou falha de consolidação da fratura, ou então quando o próprio paciente relata sentir o incômodo com esse material.

A recuperação pós-cirúrgica envolve o repouso do membro com imobilização temporária, além do uso de medicamentos prescritos pelo médico ortopedista especialista em ombro para evitar infecções e reduzir as dores e, principalmente, acompanhamento fisioterápico para não haver qualquer comprometimento de mobilidade.

Entenda mais sobre esse tratamento e agende uma consulta com o ortopedista especialista em ombro, Dr. Rodolpho Scalize.