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Lesão SLAP

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Um tipo de lesão causada por esforços repetitivos, a lesão SLAP pode receber tratamento conservador na maior parte das vezes

O SLAP corresponde a uma lesão do lábio superior da cavidade glenoide, local da escápula em que o úmero se insere e se articula, estendendo-se para a região anteroinferior, podendo acometer também a cabeça longa do tendão do bíceps, músculo do braço que se fixa no ombro.

Assim, devido à complexidade anatômica do local da lesão SLAP, é comum que o paciente relate dor no ombro, mas sem conseguir especificar o local exato. Assim, é importante buscar atendimento médico com um ortopedista especializado em cirurgia do ombro, principalmente porque pode haver sobreposição de lesões que geram erros diagnósticos frequentes.

O que significa SLAP?

A sigla SLAP pode ser livremente traduzida para o português como “Lesão do Lábio Superior de Anterior para Posterior”, indicando que é um acometimento da região superior da glenoide, cavidade da escápula em que a cabeça do úmero (osso do braço) se insere para articular com o ombro. Trata-se de um diagnóstico relativamente “novo” na medicina, pois a lesão foi descoberta apenas em 1985.

Já as causas da lesão SLAP são diversas e incluem desde processos degenerativos naturais até mecanismos traumáticos, conforme será visto a seguir, sendo de grande importância que o paciente tenha um diagnóstico precoce para que o tratamento conservador tenha mais chances de sucesso.

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O que causa as lesões SLAP no ombro?

As principais causas relacionadas à lesão SLAP no ombro são:

  • Ação repetitiva de movimentos acima da cabeça, principalmente em esportes de arremesso;
  • Queda sobre o próprio braço, causando uma transferência de energia para o ombro;
  • Processo degenerativo, principalmente após os 40 anos;
  • Traumas diversos de impacto direto no ombro.

Dado que a maior parte dos quadros de lesão SLAP se dá pelo esforço repetitivo, é importante que atletas e esportistas realizem o devido aquecimento antes dos exercícios, tenham acompanhamento profissional e busquem fortalecer a musculatura do ombro com fisioterapia.

Quais são os sintomas da SLAP no ombro?

O principal sintoma associado à lesão SLAP é a dor durante movimentos de elevação do ombro e arremesso, que tende a melhorar ou desaparecer no repouso. Nos casos de lesão mais grave, o paciente pode sentir uma dor aguda e intensa ao movimentar o braço, levando-o a perder o controle temporário desse membro.

Há, ainda, a lesão SLAP associada à formação de um cisto paralabral. Nesses casos, pode ocorrer uma perda de força do membro, além de atrofia da musculatura dorsal ao redor da escápula.

Como é feito o diagnóstico?

Mediante queixas sintomatológicas que cursem com o quadro de SLAP e uma história de movimentos repetitivos ou trauma sobre o ombro, é possível levantar a hipótese diagnóstica e realizar alguns exames físicos que permitem descartar outras causas. Na sequência, o ortopedista especialista em ombro pode solicitar exames de imagem que ajudam a esclarecer a origem dos sintomas e a definir um diagnóstico.

Nesse caso, a radiografia do ombro pode estar normal e não indicar nenhuma alteração, de forma que a ressonância magnética ganha importância, sendo considerada um método de imagem muito mais adequado para avaliar uma lesão SLAP. Além disso, sempre que possível, é recomendado fazer uma artroscopia de ombro, procedimento que consiste em inserir uma câmera na articulação do ombro para visualizar em tempo real as estruturas ali presentes e obter uma avaliação detalhada das lesões.

Vale ressaltar que, mediante um diagnóstico de lesão SLAP, é importante fazer uma busca ativa por outras lesões no ombro que podem vir associadas, como a síndrome do impacto, lesão do manguito rotador e outros sinais de instabilidade que indiquem quadros inflamatórios e rupturas.

Classificação e tipos de lesão SLAP

A classificação mais utilizada pelos ortopedistas para a lesão SLAP é de Snyder, criada em 1990 e que divide o quadro em quatro tipos conforme o grau de lesão. A importância dessas classificações, comuns em lesões ortopédicas, é de padronizar os diagnósticos para guiar melhor a escolha do tratamento.

Assim, a classificação de Snyder para a lesão SLAP é:

  • Tipo I: fibrilação labral, que indica que a inserção do músculo continua firme apesar de haver uma lesão inicial;
  • Tipo II: indica que há uma desinserção do bíceps na glenoide;
  • Tipo III: há formação de uma “alça de balde”, porém não há desinserção do músculo bíceps;
  • Tipo IV: há a formação da “alça de balde” com acometimento do tendão do bíceps.

Tratamento das lesões SLAP no ombro

O tratamento inicial para a lesão SLAP no ombro costuma ser conservador, incluindo repouso do membro, fisioterapia e medicamentos prescritos para a dor e para, processo inflamatório e infiltração local. No caso de pacientes que praticam atividades físicas de arremesso é necessário também corrigir o movimento do ombro e evitar a tração inadequada da cabeça do úmero na glenoide.

Porém, quando essas medidas de tratamento não têm sucesso por um período mínimo de seis meses, a melhor opção é tratar a lesão SLAP com cirurgia por artroscopia, medida indicada também para lesões com cisto paralabral que esteja comprimindo nervos adjacentes.

Cirurgia para a lesão SLAP no ombro

A cirurgia para esse tipo de lesão é feita por artroscopia, uma técnica minimamente invasiva e de grande segurança para o paciente, demandando anestesia apenas de plexo braquial. Já o procedimento cirúrgico a ser empregado nesse procedimento depende tanto da classificação de Snyder para a lesão SLAP quanto das particularidades de cada paciente.

Ou seja, na programação cirúrgica para tratar o quadro, o ortopedista deve considerar a rotina do seu paciente, suas expectativas e sua atividade laboral para compreender suas reais necessidades.

Como é o pós-operatório da lesão SLAP no ombro?

O pós-operatório da lesão SLAP no ombro envolve um período de repouso com tipoia para garantir total recuperação das regiões machucadas, inclusive durante o sono. Espera-se que com seguimento fisioterápico adequado, o paciente recupere a amplitude dos movimentos até a 12ª semana após o procedimento com um aumento progressivo de força até o 4º mês.

Já o retorno às atividades físicas como musculação pode ocorrer por volta do 5º ou 6º mês com acompanhamento profissional, e o retorno às práticas esportivas competitivas a partir de seis meses. Porém, vale destacar que esses prazos não são absolutos, ou seja, é preciso considerar que cada pessoa tem suas particularidades e um processo de recuperação único.

Entenda mais sobre esse tratamento e agende uma consulta com o ortopedista especialista em ombro, Dr. Rodolpho Scalize.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia

Revista Brasileira de Ortopedia