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Síndrome do impacto do ombro

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Uma das causas mais comuns de dores nos ombros, essa é uma patologia inflamatória que pode ser tratada com medicamentos e fisioterapia

A região dos ombros é uma área de intenso movimento, pois é a ligação entre os membros superiores e o restante do corpo. Seus ossos e articulações trabalham o tempo todo, sofrendo com diversos tipos de impactos diariamente, a todo momento.

Essa característica favorece o desenvolvimento de algumas condições, como a síndrome do impacto do ombro, um conjunto de sintomas que afetam a rotina de forma incômoda e, se não tratado adequadamente, pode levar a complicações, como rompimento de tendões e fibrose.

O que é a síndrome do impacto do ombro?

A síndrome do impacto do ombro, também conhecida como síndrome do manguito rotador ou síndrome subacromial, é uma doença caracterizada pelo atrito e compressão de uma ou mais estruturas localizadas na região dos ombros, que geram inflamação e posterior degeneração.

É muito comum que a síndrome se manifeste em pessoas com mais de 40 anos e naquelas que, rotineiramente, geram muita carga de esforço e impacto nos ombros, como atletas e trabalhadores braçais.

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Anatomia da região do ombro

Os ombros são áreas extremamente móveis formadas por diversos ligamentos, músculos, tendões e ossos que permitem a interação dos membros superiores com o ambiente e com o restante do corpo. Os ossos que compõem a região são a clavícula, a escápula e o úmero.

Já os principais músculos da região são o trapézio, o deltoide e os músculos do grupo manguito rotador (supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular), que possibilitam estabilidade para a amplitude de movimentos dos ombros em relação ao corpo.

Outros músculos fazem a ligação direta dos membros superiores com os ombros. Além disso, também fazem parte dessa estrutura o espaço subacromial, onde estão contidos tendões, ligamentos e a bursa, uma bolsa preenchida por um líquido que permite aliviar o atrito entre as articulações.

A síndrome do impacto do ombro se caracteriza pela compressão e atrito das estruturas do manguito rotador com o espaço subacromial. Essa situação causa inflamação incômoda e dolorosa, que pode evoluir para complicações como lesões ósseas, rompimentos de tendões e fibrose.

Sintomas da síndrome do impacto do ombro

A principal característica da síndrome do impacto do ombro é a dor persistente, que pode surgir espontaneamente ou desencadeada por esforço físico ou por uma posição específica. É um sintoma presente em praticamente todos os casos da patologia e que varia de acordo com o grau de inflamação.

Outra característica comumente relatada sobre a dor da síndrome do impacto do ombro é o aumento de intensidade à noite e sua associação a uma sensação de fraqueza nos músculos do ombro, o que leva à limitação de movimentos, que é outro sintoma característico da doença.

A limitação dos movimentos pode ser causada pela intensidade da dor ou pela sensação de fraqueza dos músculos. Movimentos de maior amplitude, como o de levar as mãos às costas ou projetar os braços para frente costumam ser realizados com mais dificuldade.

Grupos de risco

Os principais grupos de risco para o desenvolvimento da síndrome do impacto do ombro são:

  • Pessoas com idade superior a 40 anos;
  • Pessoas com doenças degenerativas, como a artrose;
  • Pessoas que já sofreram lesões anteriores no ombro;
  • Atletas, especialmente de esportes que exigem maior esforço dos ombros;
  • Trabalhadores cuja função exige muito esforço repetitivo dos ombros.

Fases clínicas da síndrome do impacto do ombro

A síndrome do impacto do ombro pode ser classificada em fases clínicas, de acordo com o grau de inflamação, como detalhadas abaixo.

  • Fase I: é o estágio inicial da doença, quando as dores costumam se aliviar facilmente com repouso. Pode haver edema (inchaço) e alguma limitação de movimentos de rotação.
  • Fase II: quando a inflamação avança um pouco mais. Aqui, pode haver fibrose e tendinite do manguito rotador e a dor e a limitação de movimentos são muito mais persistentes.
  • Fase III: fase de maior intensidade inflamatória. Surgem microlesões no manguito rotador e, em alguns casos, até mesmo lesões ósseas. Pode ser necessário realizar intervenção cirúrgica para um tratamento eficaz.

Causas

Por ser o ombro uma região articular de muito movimento e impacto, diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do impacto do ombro.

  • Atividades de esforço repetitivo e constante da articulação, como trabalhos de esforços braçais e esportivos;
  • Degeneração da articulação causada pela artrose ou por outras doenças degenerativas;
  • Degeneração muscular;
  • Presença de alterações, congênitas ou não, na anatomia óssea e muscular de toda a região do ombro, especialmente o acrômio;
  • Má-postura, especialmente em posições sentadas ou que exigem um papel de desempenho dos braços;
  • Lesões anteriores no ombro, como as causadas por traumas.

Diagnóstico

O diagnóstico da síndrome do impacto do ombro é realizado pelo médico através de exames clínicos, que podem ser complementados por exames de imagem. Geralmente, o paciente procura o consultório com queixas de dores constantes e incômodas nos ombros. Então são identificados sintomas, características pessoais e de história clínica que ajudam a estabelecer possíveis causas para a condição.

A partir disso, o médico realiza diversos exames clínicos, de modo a verificar, além da dor, a presença de limitação de movimentos e desconforto. Os exames, que consistem em realização de movimentos e posições específicos e testes de força muscular, são importantes para avaliar o grau de comprometimento muscular e articular.

Com a suspeita de presença da síndrome de impacto do ombro, o médico pode solicitar alguns exames complementares para fechar o diagnóstico da doença e estabelecer o tratamento adequado de acordo com o estágio da inflamação.

Tratamento da síndrome do impacto do ombro

Independentemente do estágio da síndrome do impacto do ombro, o repouso é a principal recomendação de tratamento. É importante evitar quaisquer atividades que podem levar ao agravamento da inflamação ou atrapalhar outros métodos de tratamento da doença. Compressas de gelo podem ser aplicadas para alívio da dor.

A administração de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, tanto por via oral como injetável, aliada a exercícios de fisioterapia para fortalecimento muscular são opções de tratamentos conservadores com eficácia principalmente em casos de estágios iniciais.

Síndrome do impacto do ombro precisa de cirurgia?

Alguns casos de síndrome do impacto do ombro podem necessitar de tratamento cirúrgico, geralmente quando as alternativas de tratamentos conservadores não atingem os resultados desejados. De toda maneira, é importante que a indicação de cirurgia seja feita após avaliação cuidadosa do médico.

Além disso, a recuperação deve ser feita seguindo todos os protocolos de tratamentos conservadores e de fisioterapia pós-cirúrgica, para que haja melhora significativa, já que a dor pode não regredir totalmente somente com a realização da cirurgia.

A importância da fisioterapia no tratamento da síndrome do impacto do ombro

A fisioterapia tem um papel muito importante no tratamento de doenças como a síndrome do impacto do ombro, pois é capaz de fortalecer músculos e ligamentos e possibilitar a recuperação da capacidade de movimento e a diminuição de sintomas dolorosos.

Prevenção

A fisioterapia é capaz de atuar na prevenção de lesões que podem levar à síndrome do impacto do ombro. Alguns atletas, por exemplo, se submetem a sessões regulares de fisioterapia para fortalecer os músculos e prevenir o aparecimento dessa e de outras doenças.

Tratamento conservador na presença da síndrome do impacto do ombro

A fisioterapia é indispensável como parte do tratamento conservador da síndrome do impacto do ombro. Técnicas de terapia medicamentosa para diminuir a dor e outros incômodos devem ser associadas a exercícios de fisioterapia para fortalecimento muscular para buscar equilíbrio e estabilidade. Assim, é possível prevenir recidivas.

Fisioterapia pós-cirúrgica

A fisioterapia após a cirurgia de tratamento da síndrome do impacto do ombro é muito importante para a recuperação completa dos movimentos e diminuição da dor. Geralmente, ela já começa após 12 horas da cirurgia, quando o fisioterapeuta programa alguns movimentos a serem realizados pelo paciente.

À medida que a recuperação avança, as sessões periódicas com o fisioterapeuta progridem, aos poucos, na amplitude e quantidade de movimentos, até que todo o processo de recuperação e fortalecimento muscular seja completo. Nesse período, além das sessões, também são indicados exercícios para serem feitos em casa.

Conclusão

Mais do que uma patologia com possibilidade de remissão através de tratamentos, a síndrome do impacto do ombro é uma condição que pode ser prevenida através de cuidados com a postura, manutenção de atividade física adequada e cuidados com os esforços repetitivos.

Nos casos diagnosticados, o papel da assistência médica e fisioterápica é muito importante para que a recuperação seja atingida de forma plena e que garanta a devida qualidade de vida do paciente.

Entenda mais sobre este tratamento e agende uma consulta com o ortopedista especialista em ombro, Dr. Rodolpho Scalize

Fontes:

Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Projeto Diretrizes: síndrome do impacto do ombro

Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde